COLUNA DA JACQUELINE - Que a esperança seja plena

Que a esperança seja plena

 

 Após ministrar uma palestra na cidade de Cacimbinhas – AL, retornei com o coração cheio de esperança. É maravilhoso perceber a vontade dos gestores e professores de mudar os rumos da educação, de procurar maneiras mais eficientes para perseguir uma educação de excelência  com equidade.

Foram seis horas de viagem. Durante o percurso observava a paisagem . 

Era impressionante o contraste que se apresentava nos lados opostos da rodovia. Um lado totalmente seco. Vegetação típica do semiárido nordestino: caatinga, carrasco, aridez. Apesar de não ser uma visão agradável, gosto de contemplar o bioma da caatinga relacionando com as nossas lutas diárias, com os desafios que se apresentam a cada dia, com a aridez que muitas vezes a vida nos impõe.

Olho para o outro lado. Uma vegetação verde, coqueirais e um esplendoroso espetáculo da natureza: o Velho Chico cortando sinuoso e imponente o sertão nordestino e como o Rei Midas transformando em ouro  verde toda uma terra aparentemente sem vida. Novamente  correlaciono esta paisagem a etapas da vida. Quando a desesperança quer invadir nossa alma e a esperança teima em falar mais alto.

Clarice Lispector em uma das suas poesias diz: o que me atormenta é que tudo é por enquanto, nada é sempre. Já eu, penso o contrário, o que me aquieta é que nada é pra sempre, tudo é por enquanto.

E é este “por enquanto” que nos faz acreditar nas mudanças., que tudo passa, que num piscar de olhos, o que era  seco pode se tornar  verde. É quando o entusiasmo nos invade a alma.

O compositor Guilherme Arantes nos fala poeticamente sobre esta esperança que não cansa de esperar:
 

Amanhã
Está toda a esperança
Por menor que pareça
Que existe é pra vicejar
Amanhã
Apesar de hoje
Ser a estrada que surge
Pra se trilhar
Amanhã
Mesmo que uns não queiram
Será de outros que esperam
Ver o dia raiar
Amanhã
Ódios aplacados
Temores abrandados
Será pleno, será pleno!
Por uma humanidade melhor!
 

Ana Jacqueline Braga Mendes