No mês de setembro, o número de boletins de
ocorrência registrado por mulheres vítimas de violência na Delegacia de Defesa
da Mulher (DDM) de Crato dobrou em relação a sua média mensal, que fica entre
80 e 100 casos.
Essa realidade motivou, nesta semana, uma audiência
pública para debater a criação de um juizado especial de combate à violência
doméstica no Município. Dados preliminares mostram que há elevado números de
casos em comparação com outras comarcas, além de um aumento desproporcional nos
últimos anos.
Em 2016, foram notificados 2.299 casos de violência
contra a mulher em Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha. Ou seja, 6,26
ocorrências diárias. Estes dados estão disponíveis no caderno "Diálogos
sobre as experiências no enfrentamento à violência no Cariri", resultado
do trabalho realizado por pesquisadores e a equipe de bolsistas do Observatório
de Violência e Direitos Humanos, da Universidade Regional do Cariri (URCA).
Porém, a partir dos cálculos epidemiológicos, percebeu-se que Crato tem uma
taxa de 14,18 notificações, superando Juazeiro do Norte, que possui uma
população maior de mulheres e registrou 10,18 notificações.
Já Barbalha teve 1,9 notificações. "Como o
juizado de Juazeiro atende as ocorrências das três cidades, ele está abarrotado
de procedimentos", conta a delegada titular da DDM de Crato, Kamila Brito.
Mesmo Crato tendo uma população feminina que não
alcança a metade da de Barbalha - 63.812 contra 131.586 -, "o número de
BO's, inquéritos instaurados e medidas protetivas é quase equivalente a da
Delegacia de Juazeiro do Norte", conta a delegada. Isso, contudo, não
significa aumento da violência, mas os últimos casos de feminicídio, segundo
Kamila, podem ter encorajado mais denúncias.
*Da redação do Blog do Farias Júnior com dados do Diário do Nordeste.
*Da redação do Blog do Farias Júnior com dados do Diário do Nordeste.