Durante a primeira reunião de trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura denúncias de irregularidades contra o prefeito de Caucaia, Naumi Amorim, vereadores discutiram agressivamente na Câmara Municipal na última segunda-feira (7). Eneás Goes, recentemente eleito o próximo presidente da Câmara, acusou Jorge Luís de ser um "mercenário". A discussão foi registrada em vídeo.
Além de ser aberta ao público, a sessão era transmitida em tempo real na internet por determinação da presidente da Mesa Diretora da Câmara, Natécia Campos. Em determinado momento, os ânimos se exaltaram entre oposição e situação. Jorge Luís (Pros), integrante da oposição, foi chamado de "mercenário" por Enéas Goes (PTC). Os dois precisaram ser contidos pelos presentes. A sessão foi encerrada antecipadamente pela presidente da comissão, vereadora Emilia Pessoa (PSDB).
Em entrevista para O POVO Online, o vereador Enéas Goes explicou que a discussão ocorreu por discordância da forma como a CPI está sendo executada. "CPI é uma coisa séria, não pode ser usada como palanque político ou para politicagem", argumenta.
Segundo Eneas, a CPI é extremamente válida e deve ser utilizada para esclarecer a verdade para a população, mas está sendo orquestrada apenas pela oposição com o objetivo de afastar o prefeito. "Acreditamos na justiça. Não somos contra a investigação, mas eles estão querendo fazer uma coisa errada, e isso não pode acontecer".
O vereador explicou que as denúncias contra o prefeito Naumi serão investigadas, assim como deveriam ser investigadas as denúncias contra a Câmara Municipal. "Como vereador e futuro presidente da Câmara, afirmou que a investigação vai ser feita de maneira bem transparente, sem espaço para palanque político e politicagem", conclui.
O POVO Online procurou o vereador Jorge Luís, com quem Enéas Goes discutiu, através do número de contato informado no site oficial da Câmara Municipal de Caucaia, mas não teve as ligações atendidas ou as mensagens respondidas até o fechamento desta matéria.
Apesar das discussões, foram aprovados três requerimentos com pedido de informação de contratos firmados, com dispensa de licitação, durante vigência de decreto emergencial no início da atual gestão. A comissão busca apurar supostas irregularidades em processos licitatórios, incluindo dispensas de licitações, com base no Decreto Emergencial editado por Naumi Amorim ainda no primeiro ano de sua gestão, em 2017.
O vereador Mickauê (PL) requereu a apresentação de todos os contratos firmados pela Secretária de Saúde e a relação de pessoal contratado emergencialmente. Já o vereador Jorge Luís, relator da CPI, solicitou a relação de todos os advogados contratados para o gabinete do prefeito no período de vigência do Decreto.
A CPI também aprovou um requerimento para a apresentação dos contratos de fornecimento de gêneros alimentícios para todas as Secretarias municipais.
Confira o vídeo:
*Da redação do Blog do Farias Júnior com dados do OPOVO