Em cima do medo a coragem
Já passa da meia-noite. Mas não poderia dormir sem compartilhar com vocês, queridos leitores, algo inusitado que aconteceu e me deixou extremamente triste e preocupada.
Cedo da noite fui participar de um debate com alunos do curso de administração no campus da UFCA Juazeiro do Norte, a convite do amigo e professor Wiliam Vilela.
Foram momentos enriquecedores, que com certeza nos tornam pessoas melhores e atiçam nossa esperança.
Como sempre a professora Adriana Moreira me acompanha nestes missões que mesmo cansativas dão todo sentido ao nosso fazer. Fomos com Estênio, motorista da secretaria.
No percurso de volta para casa, Estênio notou que tinha errado a rua que dava acesso a avenida do aeroporto. Parou o carro e ativou o GPS. Seguimos a viagem.
No sinal que estava vermelho, paramos e de repente surgiu por detrás de uma árvore um policial de arma em punho. No momento até achei que poderia ser alguma perseguição, olhei de lado e vi alguns moto taxistas olhando curiosos aquela cena bizarra.
Com gestos bruscos mandou que baixássemos os vidros do carro. Imediatamente obedecemos. Ainda com arma em punho o policial perguntou se tinha alguma autoridade no carro. Respondi que não. Ainda de arma em punho pediu para eu me identificar. Retirei minha identidade e disse que era professora e atualmente exercia o cargo de secretaria de educação da cidade de Brejo Santo. E ele continuou: a senhora tem como provar? Foi a pergunta mais sem sentido que ouvi. Expliquei que secretário de educação não tem identificação, mas a minha identidade era a minha identificação. A professora Adriana, tinha visto outro policial de arma em punho por trás do carro e retrucou: estamos vindo da UFCA. A professora Jacqueline foi ministrar uma palestra e tenho fotos e vídeos aqui no meu celular.
Ainda olhou para Estênio e perguntou: e você? Eu respondi: é o motorista da secretaria de educação.
Ainda de arma em punho, olhou e disse: podem ir!
Saímos daquela situação estarrecidos, sem acreditar no que estava acontecendo. Uma mistura de indignação, de medo tomou conta do meu coração.
Ficamos alguns momentos sem nada dizer. Estávamos perplexos. Adriana disse: meu Deus pensei que fosse bandidos!
Como isso? Que sociedade é essa? Na nossa mente e corações de pessoas de bem quem empunha armas é bandido.
Se a intenção era proteger, a atitude foi totalmente sem propósito.
Isso é maneira de se abordar um cidadão? Que despreparo!
Como combater a violência com violência. Jamais conseguirei expressar em palavras o que aquela cena gerou no meu coração que teima em acreditar na humanidade.
Hoje, minhas orações será para que o Deus todo poderoso tenha misericórdia, dos pequenos e oprimidos e que em cima do medo a coragem prevaleça.
Por uma humanidade melhor!
Jacqueline Braga
Cedo da noite fui participar de um debate com alunos do curso de administração no campus da UFCA Juazeiro do Norte, a convite do amigo e professor Wiliam Vilela.
Foram momentos enriquecedores, que com certeza nos tornam pessoas melhores e atiçam nossa esperança.
Como sempre a professora Adriana Moreira me acompanha nestes missões que mesmo cansativas dão todo sentido ao nosso fazer. Fomos com Estênio, motorista da secretaria.
No percurso de volta para casa, Estênio notou que tinha errado a rua que dava acesso a avenida do aeroporto. Parou o carro e ativou o GPS. Seguimos a viagem.
No sinal que estava vermelho, paramos e de repente surgiu por detrás de uma árvore um policial de arma em punho. No momento até achei que poderia ser alguma perseguição, olhei de lado e vi alguns moto taxistas olhando curiosos aquela cena bizarra.
Com gestos bruscos mandou que baixássemos os vidros do carro. Imediatamente obedecemos. Ainda com arma em punho o policial perguntou se tinha alguma autoridade no carro. Respondi que não. Ainda de arma em punho pediu para eu me identificar. Retirei minha identidade e disse que era professora e atualmente exercia o cargo de secretaria de educação da cidade de Brejo Santo. E ele continuou: a senhora tem como provar? Foi a pergunta mais sem sentido que ouvi. Expliquei que secretário de educação não tem identificação, mas a minha identidade era a minha identificação. A professora Adriana, tinha visto outro policial de arma em punho por trás do carro e retrucou: estamos vindo da UFCA. A professora Jacqueline foi ministrar uma palestra e tenho fotos e vídeos aqui no meu celular.
Ainda olhou para Estênio e perguntou: e você? Eu respondi: é o motorista da secretaria de educação.
Ainda de arma em punho, olhou e disse: podem ir!
Saímos daquela situação estarrecidos, sem acreditar no que estava acontecendo. Uma mistura de indignação, de medo tomou conta do meu coração.
Ficamos alguns momentos sem nada dizer. Estávamos perplexos. Adriana disse: meu Deus pensei que fosse bandidos!
Como isso? Que sociedade é essa? Na nossa mente e corações de pessoas de bem quem empunha armas é bandido.
Se a intenção era proteger, a atitude foi totalmente sem propósito.
Isso é maneira de se abordar um cidadão? Que despreparo!
Como combater a violência com violência. Jamais conseguirei expressar em palavras o que aquela cena gerou no meu coração que teima em acreditar na humanidade.
Hoje, minhas orações será para que o Deus todo poderoso tenha misericórdia, dos pequenos e oprimidos e que em cima do medo a coragem prevaleça.
Por uma humanidade melhor!
Jacqueline Braga