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O avião com o primeiro lote de matéria-prima para a produção da vacina Oxford/AstraZeneca contra a Covid-19 chegou no início da noite (6) deste sábado ao Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Os 90 litros de ingrediente farmacêutico ativo (IFA) serão usados pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) para fabricar o imunizante em solo brasileiro.
Essa primeira remessa produzida na China deveria ter sido entregue ainda em janeiro, mas houve atrasos na liberação do produto. Especialistas apontaram que a demora foi resultado da "crise diplomática" entre Brasil e China, o que é negado pelo governo federal.
Segundo as autoridades do Brasil, esse atraso aconteceu porque a carga teve que aguardar a emissão da licença de exportação e a conclusão dos procedimentos de alfândega na China.
2,8 milhões de doses
A expectativa é que o material vindo da China possa ser usado para produzir 2,8 milhões de doses da vacina. A quantidade é bem menor do que a previsão inicial, que era de 7,5 milhões de doses.
Depois de chegar ao Galeão, a carga do IFA foi levada para a Fiocruz, e recebida pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e pela presidente da fundação, Nísia Trindade Lima, no Centro Tecnológico de Vacinas Bio-Manguinhos.
Esse é o primeiro lote do IFA que chega à fundação. Até o fim de fevereiro, a Fiocruz espera receber mais lotes da matéria-prima, o suficiente para a produção de 15 milhões de doses ao todo.
Em vez de uma remessa mensal de dois lotes, a Fiocruz receberá três lotes neste mês de fevereiro.
Como divulgado pela própria Fiocruz, a chegada dos insumos vai permitir a produção, no Brasil, de 100 milhões de doses no primeiro semestre deste ano.
Fabricação no Brasil
A fábrica da Fiocruz é capaz de produzir até 1,4 milhão de doses por dia, mas o Brasil ainda não consegue fabricar o princípio ativo das vacinas, que requer a manipulação do vírus.
Essa tecnologia ainda será "absorvida" pelo Brasil nos próximos meses.
No último dia 25, os governos do Brasil e da China já haviam anunciado a liberação de um lote de matéria-prima para a fabricação de outra vacina, a CoronaVac, produzida pelo laboratório Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.
Até aquele momento, o insumo direcionado à Fiocruz seguia travado.
Esse material destinado ao Butantan chegou à sede do instituto nesta quinta e é suficiente para a produção de 8,6 milhões de doses. Um segundo lote deve chegar até a próxima semana, segundo o governo do estado de São Paulo.
Vacina de Oxford
A vacina de Oxford contra a Covid-19 tem a capacidade de reduzir em até 67,6% a transmissão do novo coronavírus, apontaram cientistas da universidade em um estudo preliminar divulgado na terça-feira.
A pesquisa está em fase de revisão por outros cientistas para ser publicada na revista "The Lancet", uma das mais importantes do mundo.
É a primeira vez em que um estudo de fase 3 de uma vacina contra a Covid leva em conta os casos assintomáticos da doença. Esse dado ajuda a entender o quanto ela pode ajudar a reduzir a transmissão do coronavírus.
Os resultados foram calculados a partir de dados de 17.177 voluntários em três estudos separados (no Reino Unido, no Brasil e na África do Sul). Deles, 8.597 tomaram a vacina e 8.580 não tomaram (grupo controle).
*Da redação do Blog do Farias Júnior com dados do G1. Para acessar a matéria original clique aqui.