sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Aluno de 18 anos é acusado de tentar estuprar estudante de 14 em colégio militar

Um aluno de 18 anos está sendo acusado de ter tentado estuprar uma estudante de 14 anos na segunda-feira, 31, no Colégio da Polícia Militar do Ceará General Edgard Facó (CPMGEF), em Fortaleza. Conforme Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o suspeito foi suspenso da escola.     

                   

De acordo com relatos obtidos pelo O POVO, de professores e alunos, o ato aconteceu dentro do colégio. Na ocasião, o aluno teria tentado violentar a estudante, menor de idade, se aproveitando do fato de estar sozinho com ela dentro de uma sala. 


Um Boletim de Ocorrência (BO) foi registrado e o caso é apurado pela Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca), que realiza oitivas, ouvindo as testemunhas.                                   

Em entrevista ao O POVO, uma aluna da instituição, que não terá o nome identificado, informou que o aluno costumava ser "invasivo" com outras estudantes, algumas delas do 6° ano. "Ele sempre foi muito inconveniente com todas as meninas. Ele já abraçou uma amiga minha por trás, mesmo ela se afastando e mostrando estar desconfortável ele puxou ela novamente", relata. 


Uma outra aluna da escola, que também terá a identidade protegida, fala que o suspeito agia de forma "sutil" e que por essa razão as alunas não conseguiam ter reação perto dele. De acordo com ela, o estudante costumava se aproximar sem permissão e fazer comentários invasivos.


"Era uma pessoa que sutilmente te desconfortava", frisa. Depois do ocorrido, alunas passaram a compartilhar diversos prints de mensagens recebidas pelo suspeito. Em alguns desses registros ele chegou a chamar estudantes para ter relações sexuais.


Caso gerou manifestação 

 

Ainda de acordo com alunos, a escola teria tentado "abafar" ocorrido e só se manifestou nesta quinta-feira, 3, após caso ganhar repercussão na mídia. Em protesto ao caso e à postura do colégio, estudantes foram para a frente da escola, na tarde de hoje, e realizaram uma manifestação.


Em vídeos que circulam nas redes sociais é possível ver alunos com cartazes e gritando frases como "Nossa escola é publica, nosso corpo não". De acordo com uma das alunas que participou do momento, pais que estavam próximo à escola na hora chegaram a apoiar o protesto. 


Procurada pelo O POVO, a SSPDS informou que: "Logo ao tomar conhecimento, a instituição de ensino deu todo o suporte psicológico e administrativo à vítima, que foi encaminhada à Delegacia de Defesa da Mulher de Fortaleza, onde o caso foi registrado inicialmente. O aluno, suspeito do ato, se encontra suspenso do colégio. Todas as medidas necessárias estão sendo adotadas". 


Bruno Carvalho, professor de redação e orientador de estudo, frisa que muitos docentes da escola não estão falando sobre o caso por medo de retaliação. Ele dá aulas em um curso pré-vestibular para alunos da CPMGEF, e tem tentado dar suporte às alunas. 


"Esse é um ponto que eu já venho lutando há muitos anos. Isso é uma pauta que a gente já luta, porque infelizmente os professores não se posicionam em caso de assédio (...) Acredito que falar não é apenas denunciar, mas demostrar apoio às meninas", destaca. 


O POVO procurou o monitor do 3° ano da escola, cuja função é dentre outras acompanhar e proteger os alunos, para falar sobre o caso. Contudo, representante não correspondeu a nenhuma das tentativas de ligação ou mensagens de WhatsApp–, encaminhadas desde às 19h50m desta quinta.


O POVO também entrou em contato, por ligação e WhatsApp, com a Coordenadoria dos Colégios da Polícia Militar do Ceará (CCPM), às 19h20min de hoje. No entanto, até o fechamento desta matéria não houve retorno.


Denúncias

A SSPDS reforça que a população pode contribuir com as investigações repassando informações, com sigilo e anonimato garantidos.Disque-Denúncia: 181WhatsApp da SSPDS: (85) 3101 0181Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca): (85) 3101-7340

 

*Da redação do BFJR com dados do O POVO.