sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

COLUNA DA FÁTIMA ALVES - Advento! Chegada!


 Advento! Chegada!

Estamos na primeira semana do Advento que significa preparar a chegada do menino Jesus. Mas sempre me vem uma reflexão, partindo do princípio de que no mundo globalizado, na sociedade liquida em que nos deparamos, antecipamos até mesmo o advento. Por quê? Mesmo antes do anúncio do Advento, já no início de novembro ou até antes já montamos nossas árvores natalinas e até mesmo o presépio com Jesus na Manjedoura. Não uma crítica a quem faz, mas precisamos refletir sobre o real significado do que seja o Advento que é a espera da chegada do Menino Jesus. 

A espera da chegada não é só enfeites, árvores, festejos, sabemos que vai além. Para os cristãos é um tempo de alegria, de conversão, arrependimento, são quatro semanas que antecedem o Natal. Para a Igreja Católica é momento de forte mergulho na liturgia e na mística cristã. É tempo de espera e esperança, de estarmos atentos e vigilantes, preparando-nos alegremente para a vinda do Senhor, como uma noiva que se enfeita, se prepara para a chegada de seu noivo, seu amado. Que lindo essa espera, foram nove meses e agora a humanidade mais um ano no Advento, se preparando para a chegada do Salvador. É isso o Advento! Expectativas e não ansiedade. Mas a expectativa se volta para a segunda vinda definitiva e gloriosa de Jesus Cristo, Salvador e Senhor da história, no final dos tempos. Por isto, o Tempo do Advento é um tempo de piedosa e alegre expectativa.

No último dia 27 de novembro (domingo), O Papa Francisco recordou a "bela promessa que nos introduz no tempo do Advento: «Virá o teu Senhor». A seguir, o Papa fez as seguintes perguntas: "Como vem o Senhor? Como reconhecê-lo e acolhê-lo?" 

Primeira pergunta: como o Senhor vem? Segundo Francisco, "muitas vezes ouvimos dizer que o Senhor está presente no nosso caminho, que nos acompanha e nos fala. Mas talvez, distraídos como estamos por tantas coisas, esta verdade permanece para nós apenas teórica, ou imaginamos que o Senhor vem de maneira sensacional, talvez por meio de algum sinal prodigioso. Jesus diz que acontecerá "como nos dias de Noé". E o que fazia nos dias de Noé? Simplesmente as coisas normais e cotidianas da vida: «Comiam e bebiam, casavam-se e davam-se em casamento»". O Papa Francisco segue sua homilia nos convidando a reflexão e a perceber Jesus no nosso cotidiano, no nosso trabalho, no nosso encontro casual, no rosto de uma pessoa necessitada. 

O Papa ainda nos faz uma segunda pergunta: como reconhecer e acolher o Senhor? De acordo com Papa, "devemos estar acordados, atentos, vigilantes. Jesus nos adverte: existe o perigo de não percebermos a sua vinda e estar despreparados para a sua visita". Acredito que diz tudo, e nos conduz a uma reflexão interior para nos preparar bem nesse advento. 

Estar a tentos é uma atitude que nos conduz a mudanças, mas que se torna difícil nos dias atuais, mas fiquemos com o chacoalhar ao convite do Papa Francisco quando concluiu sua homilia sobre o Advento: “Neste Tempo do Advento deixemo-nos chacoalhar pelo nosso torpor e despertemo-nos do sono", disse o Papa, convidando-nos a fazer as seguintes perguntas: "Estou consciente do que vivo? Estou atento? Estou acordado? Procuro reconhecer a presença de Deus nas situações cotidianas ou estou distraído e um pouco esmagado pelas coisas?"

"Se não percebermos sua vinda hoje, também estaremos despreparados quando ele vier no fim dos tempos. Irmãos e irmãs, permaneçamos vigilantes! Esperamos que o Senhor venha, se aproxime de nós, porque Ele está aqui, espera. Prestemos atenção! Que a Virgem Santa, Mulher da expectativa, que percebeu a passagem de Deus na vida humilde e escondida de Nazaré e o acolheu em seu ventre, nos ajude neste caminho de estar atentos à espera do Senhor que está no meio de nós e passa"