(foto: BARBARA MOIRA) |
No Hospital Estadual Leonardo da Vinci (Helv), unidade que foi referência no tratamento da doença no Estado e com maior oferta de leitos exclusivos para esta demanda, houve queda de 94,4% entre a segunda e a quinta ondas. A segunda, impulsionada pela variante Delta, foi registrada entre março e junho de 2021.
No período, conforme a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), o Helv teve taxas de ocupação entre 95% e 100% para os 179 leitos Covid disponíveis. "Nesta quinta onda, entre 17 de novembro e 21 de dezembro de 2022, o Helv teve ocupação média de dez pacientes positivados internados por dia", comparou a pasta.
No Hospital Unimed Fortaleza, unidade que tinha a segunda maior oferta de leitos Covid no Ceará — maior na rede particular —, a segunda onda registrou 3.377 internações por Covid, ao todo. A Rede Unimed considerou o período entre 16 de janeiro a 16 junho de 2021.
No mais recente ciclo, entre 14 de novembro a 21 de dezembro de 2022, foram 127 internações de pacientes diagnosticados com a infecção. Uma redução de 96,2%.
Na Rede Hapvida NotreDame Intermédica, em Fortaleza, ao longo do ano de 2021, "foram realizados 358.456 atendimentos por doenças respiratórias e síndrome gripais, com 5.113 internações confirmadas para Covid".
"Em 2022, os números de atendimentos por doenças respiratórias e síndrome gripais foram maiores, porém o número de internações confirmadas pela infecção foi 93,23% menor", informou. Em 2022, até dia 19, foram 519.985 atendimentos e 346 internações, considerando os dados registrados.
Analisando o mês de dezembro, foram registrados 21.924 atendimentos por doenças respiratórias e síndrome gripais e 18 internações confirmadas para Covid. Dados representam diminuição de 21,74% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Impacto da vacinação na redução de internações por Covid
"A gente observa, sobretudo, o impacto na queda do número de internamentos de pacientes graves depois da segunda onda, que ainda foi extremamente devastadora. A partir dali, foi iniciada a vacinação. E não pode-se falar desse resultado positivo sem as vacinas. É muito claro para todos nós, médicos, gestores em saúde, que houve um impacto muito forte", avalia Álvaro Madeira Neto, médico sanitarista e gestor em saúde.
Houve uma "mudança completa de padrão" quando se compara 2020 e o início de 2021 em relação principalmente à quarta e à quinta ondas, segundo ele. Ele explica que os pacientes que passaram a apresentar a forma grave da doença foram aqueles com algum grau de comprometimento da imunidade, imunodeprimidos, obesos e com outras comorbidades.
Em Fortaleza, foram registrados, preliminarmente, sete óbitos na quinta onda. Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), todos os pacientes tinham comorbidades.
O médico alerta que toda a população, principalmente idosos e pessoas com comorbidades, deve manter cuidados contra a doença.
"A gente precisa incentivar vacinação. Abriu-se a porta da vacinação para crianças menores. A Sociedade Brasileira de Pediatria e a Sociedade Brasileira de Infectologia endossam essa conduta. É uma preocupação que todos devemos ter", acrescenta.
Cinco ondas da Covid-19 no Ceará
1ª onda: início em março, atinge pico em maio e término em junho de 2020 (Sars-CoV-2 original) - onda com maior pico de óbitos.
2ª onda: casos voltam a subir em janeiro 2021. Onda atinge o pico em março e termina em junho (variante delta) - onda com base de casos e de óbitos mais larga.
3ª onda: de dezembro de 2021 a janeiro de 2022 (variante ômicron) - onda com pico mais alto e transmissão mais rápida, mas impacto nos óbitos começa a ser menor devido à vacinação.
4ª onda: entre junho e julho de 2022 (subvariantes BA.4 e BA.5 da ômicron) - pouco impacto nos óbitos.
5ª onda: novembro de 2022, praticamente não altera número de óbitos (subvariante BQ.1, que descente da BA.5).
*Fonte: O POVO