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O trabalho, realizado ela empresa Inside Consultoria sob a responsabilidade do Iphan, teve início na segunda-feira (9) e devem levar de 10 a 15 dias até serem concluídos.
Dentre os objetivos previstos nas ações de cadastramento e recadastramento estão a produção de plantas e mapas georreferenciados com a delimitação de cada sítio arqueológico, com localização dos painéis e cortes (perfis rochosos), acompanhados de levantamento fotográfico detalhado de pelo menos 70% dos painéis de arte rupestre e 100% do sítio e seu contexto ambiental, e também a elaboração de relatórios parciais e cadastros no banco de dados do Iphan.
Em 2022, o estudo realizado pela Inside apontou que a região em que estão localizados os quatro municípios trata-se de uma das que concentra o maior número de sítios arqueológicos com a presença de registro rupestre do Estado.
Registro e rupestre
Durante a visita de campo, a equipe de arqueólogos recorre a um aplicativo a fim de registrar informações sobre as características do sítio arqueológico, em que contém a descrição dele (sítio), de possíveis impactos (naturais e humanos), além de medidas de preservação e conservação que podem ser adotadas para o resguardo do sítio.
O aplicativo também registra a paisagem nas quais estão inseridos os sítios arqueológicos, enquanto são captadas imagens, vídeos e fotos dos desenhos inscritos nas pedras.
Segundo Wagner Veiga, arqueólogo e diretor da Inside Consultoria, a linha do desenho rupestre pode apontar para um possível registro do tempo, momento em que os antigos habitantes desejavam marcar períodos de chuva, de sol, de muito vento, e outras peculiaridades testemunhadas.
“Às vezes a gente encontra muitos painéis com registro de figuras humanas, de animais, com pinturas representando sol, lua, e algumas linhas que podem ser calendários”, explicou Veiga.
O projeto de pesquisa indicou que a ocupação humana da região remete a um período anterior à colonização e feita por indígenas de diversas etnias, dentre elas Tabajara, Tremembé, Potiguar, Arariú, Cariri, Aruá, Cariús e Quixelô.
Pedra da Andorinha
No sítio Pedra da Andorinha 1 e 2, a atividade ocorreu dentro da Unidade de Conservação Refúgio de Vida Silvestre (Revis) ‘Pedra da Andorinha’, que possui uma área de 598,6 hectares, localizada na CE-362, distrito sobralense de Taperuaba. O local é patrimônio natural e ponto de visitas turísticas e de estudos de pesquisa.
“Há o interesse total de fomentar, principalmente de mostrar isso aqui ao público. A fomentação da pesquisa científica aqui nessa região do sítio arqueológico é de fundamental importância para nós, afinal de contas faz parte da história da humanidade”, falou o gestor da Unidade de Conservação, Francisco Ávila Mendes, que acompanhou o trabalho da equipe de arqueólogos.
*Fonte: g1