Foto: Reprodução/ Agência Brasil |
A tentativa de fuga registrada no último dia 18 de março na Unidade Prisional Elias Alves da Silva (UP-Itaitinga 4), na Região Metropolitana de Fortaleza, deixou 78 presos feridos. O POVO apurou que a direção da unidade informou à Vara de Corregedoria de Presídios que o amotinamento envolveu cerca de 470 presos.
De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), os internos tomavam banho de sol na ala F da unidade quando teve início o amotinamento. A pasta informou que os presos passaram a agredir os policiais penais plantonistas arremessando objetos.
“A sublevação da ordem foi respondida de forma imediata e a unidade teve sua rotina retomada pela pronta ação da polícia penal”, disse a SAP. “A ocorrência exigiu o uso moderado da força o que resultou em internos feridos. Todos tiveram atendimento médico, realizaram exame de corpo e delito e foram encaminhados à Delegacia”.
Conforme apurado por O POVO, o motim ocorreu na ala destinada a presos da facção Primeiro Comando da Capital (PCC). A Vara de Corregedoria de Presídios ainda foi informada que, durante o amotinamento, uma das espingardas calibre 12 portadas pelos policiais foi danificada.
A Corregedoria de Presídios abriu procedimento para apurar o caso. A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD) também foi informada do caso. Sete dias antes dessa tentativa de fuga, 11 presos haviam conseguido escapar da unidade. Um inquérito da Delegacia de Assuntos Internos (DAI), da CGD, investiga o caso.
Outro episódio recente envolvendo a UP-Itaitinga 4 ocorreu no último dia 15 de fevereiro, quando 138 presos foram encaminhados para lá provenientes da Unidade Prisional de Aquiraz, também na Região Metropolitana de Fortaleza.
O POVO apurou que, naquele presídio, um dia antes, ocorrera uma tentativa de amotinamento. Após acionamento do Grupo de Ações Penitenciárias (GAP), o distúrbio foi debelado e uma vistoria foi realizada na ala dos presos que se amotinaram.
Foram encontrados diversos cossocos, armas artesanais feitas a partir com ferros extraídos das estruturas das celas. Também foram apreendidas barras de ferro e lâminas de barbear. Com isso, foi registrado dano à estrutura das celas e, por isso, uma manutenção emergencial foi marcada, provocando a necessidade de transferências dos presos.
O POVO procurou a SAP para saber se os danos já foram reparados, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.
*Fonte: O Povo