Foto: Fernanda Barros |
O Ceará teve mais chuvas do que o esperado em todas as regiões hidrográficas no mês de março, cumprindo já parcialmente o prognóstico da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) para os três primeiros meses da quadra chuvosa. Ao todo, o Estado registrou 301,5 mm, 48,2% acima dos 203,4 da média histórica.
O prognóstico climático da Funceme apontava que o volume acumulado no Ceará para o trimestre era de 50% de probabilidade para chuvas acima da normalidade, 40% em torno dela e ainda 10% abaixo — o melhor na série histórica.
O resultado fez com que março de 2023 fosse o mês de março foi o mais chuvoso dos últimos 15 anos, com quase 28% de recarga dos principais açudes do Estado.
Com o volume de chuvas acima da média em todo o Estado, 48 dos 157 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) estão sangrando. Como comparação, em 2022 essa cifra era de apenas 20, ainda que a quadra chuvosa do ano passado tenha ficado dentro da média histórica.
Além dos 48 que estão com volume máximo de água, outros 12 açudes estão com o volume acima dos 90%. Ainda assim, 46 reservatórios seguem em situação crítica, com menos de 30% da capacidade.
O Ceará possui 12 regiões hidrográficas, são elas: Acaraú, Alto Jaguaribe, Baixo Jaguaribe, Banabuiú, Coreaú, Curu, Litoral, Médio Jaguaribe, Metropolitana, Salgado, Serra da Ibiapaba e Sertões de Crateús. Elas são divididas de acordo com as bacias que as abastece.
Destas, a região do Banabuiú — tradicionalmente seca —, teve o melhor resultado proporcionalmente em março. Choveu quase o dobro da média histórica de 164,7 mm. Ao todo, foram 326,5 mm de precipitação, um resultado 98,3% maior do que o da média histórica.
Com isso, quatro açudes da bacia do Banabuiú estão sangrando, enquanto o terceiro maior reservatório do Estado, o Arrojado Lisboa — conhecido como Banabuiú —, teve recarga de mais de 140%, passando de 20% da capacidade pela primeira vez desde 2013. Por outro lado, estradas e casas foram inundadas em Senador Pompeu e Milhã, na qual milhares de pessoas ficaram desabrigadas.
Já em números absolutos, o melhor resultado de março foi de Coreaú. Segundo os dados da Funceme, no mês, foi observada uma precipitação de 408,5 milímetros. A região costuma ser a mais chuvosa de março, com precipitação de em média 295,6 mm em março. (Colaborou André Bloc)
Maiores chuvas no Estado de acordo com as regiões hidrográficas
Coreaú
Normal - 295,6 mm
Observado - 408,5 mm
Percentual acima da média - 38,2%
Metropolitana
Normal - 226,1 mm
Observado - 344,6 mm
Percentual acima da média - 52,4%
Acaraú
Normal - 230,9 mm
Observado - 336,8 mm
Percentual acima da média - 45,8 %
Litoral
Normal - 245,9 mm
Observado - 335,1 mm
Percentual acima da média - 36,3%
Banabuiú
Normal - 164,7
Observado -326,5
Percentual acima da média - 98,3%
Serra da Ibiapaba
Normal - 198,7 mm
Observado - 319,1 mm
Percentual acima da média - 60,6%
Salgado
Normal - 212,2 mm
Observado - 301,3 mm
Percentual acima da média - 42%
Médio Jaguaribe
Normal - 198,1 mm
Observado - 283,7 mm
Percentual acima da média - 43,2%
Curu
Normal - 197,2 mm
Observado - 272,3 mm
Percentual acima da média - 38,1%
Baixo Jaguaribe
Normal - 194,2 mm
Observado - 261,9 mm
Percentual acima da média - 34,9%
Sertões de Crateús
Normal - 186,8 mm
Observado - 253,6 mm
Percentual acima da média - 35,7%
Alto Jaguaribe
Normal - 176,6 mm
Observador - 220,8 mm
Percentual acima da média - 25%
*Fonte: O Povo