Foto: Bob Nicholls/ Paleocreations.com |
Originária da Bacia Sedimentar do Araripe, a espécie saiu do Brasil em 1995 após uma autorização sem validade emitida por um agente do escritório regional do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), no Crato.
A procedência do dinossauro foi descoberta em 2020, após a publicação de um estudo conduzido por pesquisadores da Alemanha e Inglaterra. No material, divulgado pela revista científica Cretaceous Research, os paleontólogos fornecem descrição minuciosa sobre a ancestralidade da espécie analisada. Os estudiosos sustentam que o dinossauro tem origem no período Cretáceo e viveu há de 110 milhões de anos no território onde hoje se situa a região do Cariri cearense.
Após a divulgação da pesquisa, paleontólogos brasileiros iniciaram uma campanha para repatriar o fóssil. Pela legislação, fósseis são considerados patrimônio cultural e histórico da União. Depois de dois anos de espera, a ministra da Ciência de Baden-Württemberg, Theresia Bauer (Verdes), anunciou, no dia 19 de julho do ano passado, que a espécie seria devolvida ao Brasil. Desde então, autoridades dos dois países estão em tratativas para formalizar o acordo.
Nesta terça-feira, 16, em mais um episódio da longa negociação, representantes do MCTI, do Itamaraty e da Universidade Regional do Cariri (Urca) se reuniram com membros da Embaixada da Alemanha no Brasil. Foi durante este encontro que o secretário nacional de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social (SEDES), Inácio Arruda, indicou o museu cearense para incorporar a peça fossilifica ao seu acervo.
De acordo com o secretário, a indicação é natural uma vez que o fóssil pertence à região do museu. O ministro-conselheiro para Assuntos Científicos e Intercâmbio Acadêmico da Embaixada da Alemanha, Christian Stertz, acolheu a proposta e informou que aguarda a formalização do pedido para ‘”iniciar a repatriação o quanto antes, no âmbito da cooperação Brasil-Alemanha em Ciência e Tecnologia”.
O reitor da Urca, Francisco Lima Júnior, destaca que a restituição do fóssil deve acontecer em um momento importante para a instituição. “Teremos a revalidação do Geoparque do Araripe, e a repatriação fortalece a missão de valor e preservação do nosso trabalho”. O MCTI não estipula prazo para a conclusão do processo, mas afirma que o material deve ser trazido em breve ao Brasil.
*Fonte: O Povo