sábado, 17 de junho de 2023

Ceará tem duas escolas classificadas no top 10 do Prêmio Melhores Escolas do Mundo

As Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI) Jaime Tomaz de Aquino, em Beberibe, e Joaquim Bastos Gonçalves, em Carnaubal, são destaque no “World’s Best School Prizes 2023” (Prêmio Melhores Escolas do Mundo 2023), promovido pela T4 Education, organização global que trabalha no desenvolvimento de ferramentas, iniciativas e eventos para o aprimoramento da educação. As unidades de ensino cearenses estão na lista do top 10 em suas respectivas áreas: “Ação ambiental” e “Apoiando vidas saudáveis”.


O Prêmio é dividido em cinco categorias. Em setembro próximo, serão conhecidas as três escolas finalistas em cada uma. Um mês após, haverá a divulgação dos primeiros lugares. As escolas vencedoras receberão 50 mil dólares. O Brasil tem, ao todo, cinco representantes na disputa, incluindo as escolas cearenses.


Conscientização ecológica

Logo após ter sido construída, em 2019, a EEMTI Jaime Tomaz De Aquino aderiu ao Programa Selo Escola Sustentável, promovido pela Secretaria de Educação (Seduc), em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente (Sema). Desta forma, conseguiu implementar um programa abrangente com foco em currículo, gestão do espaço físico e educação socioambiental, em um esforço para ampliar a consciência sobre as questões ecológicas.


A escola aborda tópicos como desperdício de recursos e descarte incorreto de resíduos, tendo no currículo tópicos como “plástico nocivo”. Ao mesmo tempo, aulas de campo e workshops oferecem experiência prática na reutilização de garrafas e reciclagem de papel, por exemplo.


Além disso, a escola participa de eventos na área e colabora com organizações envolvidas na preservação da natureza. Em relação à gestão ambiental, a EEMTI Jaime Tomaz promove o uso racional de energia, a coleta seletiva e a captação de água de aparelhos de ar-condicionado e da chuva. O espaço físico foi enriquecido com novas árvores, jardins suspensos feitos com garrafas reutilizadas, telhados verdes, uma horta escolar e um protótipo de biodigestor.


Emilly Bernardo, de 16 anos, cursa a 2ª série na unidade de ensino. A aluna despertou o interesse pela ecologia após participar de uma aula de campo promovida pela escola.


“Lá foi mostrado pra gente a importância da reciclagem, e a partir disso, quisemos trazer a ideia para cá. Escolas precisam utilizar bastante papel, que é um dos resíduos sólidos que mais agridem a terra, quando não são descartados da maneira certa. Para diminuir o consumo e o descarte, fazemos essa ação de forma constante. Sou a aluna responsável pela reciclagem de papel e também sou diretora do grupo ambiental da escola. Aqui desenvolvemos bastantes ações, como o cultivo de vegetais para serem utilizados na nossa merenda”, explica.


Maria de Lourdes Soares, de 16 anos, também cursa a 2ª série na EEMTI de Beberibe. A estudante é monitora das ações do Selo Escola Sustentável na unidade de ensino. “Numa das aulas de campo, conhecemos o lixão de Aracati, para termos noção da quantidade de resíduos sólidos que eram depositados ali. Os alunos que iam à atividade, ministravam depois palestras para os demais colegas. Quando comecei a participar, tive mais discernimento das minhas atitudes em relação ao meio ambiente, aprendi a gerar menos lixo e a descartá-lo no lugar certo. Agora, nossa atitude pode até ser vista como algo pequeno. Mas, irá repercutir de grande maneira no nosso futuro”, afirma Maria.


O professor Ocivan Moreira, que leciona a disciplina de História na unidade de ensino e é responsável pelas ações ligadas ao protagonismo estudantil, ressalta a continuidade do projeto e o forte engajamento dos alunos.


“Este reconhecimento é da comunidade de Forquilha, do município de Beberibe e do estado do Ceará. Nossa escola, no fim de 2022, foi agraciada com o Selo Escola Sustentável, sendo a segunda do estado a receber esta comenda. Desde 2019, quando chegamos aqui, a primeira coisa que fizemos foi plantar. Não plantamos para nós, mas para o planeta. Nossa escola não tem muitas lixeiras. E nem precisamos delas, pois temos uma comunidade educativa consciente de sua responsabilidade ambiental. Estamos no caminho certo. Não vamos transformar o mundo, sem antes transformar a nós mesmos, nas práticas cotidianas”, considera.



*Fonte: Ascom Seduc