sexta-feira, 21 de julho de 2023

Ceará deixa de ser o 5º e passa a ser o 8º estado mais violento do País

O Ceará passou do quinto para o oitavo lugar no ranking de estados com maior taxa de homicídios do Brasil. É o que indica o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023, divulgado nesta quinta-feira, 20, pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Em 2022, o Estado teve uma taxa de 35,52 Mortes Violentas Intencionais (MVIs) para cada 100 mil habitantes.


Em 2021, esse índice foi de 39,01 MVIs por 100 mil habitantes. As MVIs reúnem homicídios dolosos, feminicídios, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e mortes por intervenção policial. Em 2021, o Anuário apontou a ocorrência de 3.419 MVIs no Ceará, enquanto, em 2022, esse número foi de 3.123.


O Estado ainda apareceu no Anuário com a maior taxa de homicídios de LGBTQIA+. Além disso, o Ceará teve dois municípios entre os 50 mais violentos do País.


O estado brasileiro com a maior taxa de homicídios é o Amapá, o que já é o segundo ano consecutivo. Foram 50,6 assassinatos por 100 mil habitantes no estado nortista em 2022, uma redução na comparação com 2021, quando esse número foi de 67,4 mortes por 100 mil.


Depois do Amapá vem Bahia (47,1 MVIs por 100 mil), Amazonas (38,8 MVIs por 100 mil), Alagoas (37,9 MVIs por 100 mil), Pernambuco (37,8 MVIs por 100 mil), Pará (36,9 MVIs por 100 mil) e Rio Grande do Norte (36,7 MVIs por 100 mil).


Na outra ponta, os estados com menos homicídios no Brasil são: São Paulo (8,4 MVIs por 100 mil), Santa Catarina (9,1 MVIs por 100 mil), Distrito Federal (11,3 MVIs por 100 mil), Minas Gerais (12,6 MVIs por 100 mil) e Mato Grosso do Sul (18,7 MVIs por 100 mil).


Brasil tem ano menos violento desde 2011

Ao todo, o Brasil reduziu em 2,4% o número de homicídios de 2021 para 2022. A taxa de MVIs saiu de 24 para cada 100 mil habitantes para 23,4 a cada 100 mil. Em números absolutos, a quantidade caiu de 48.431 em 2021, para 47.508 em 2022. É o menor desde 2011, o primeiro ano da série histórica do fórum. 


Puxaram os números para baixo as regiões Norte e Nordeste, que reduziram, respectivamente, em 2,7% e 4,5% as taxas de homicídio. Para a supervisora do Núcleo de Dados do FBSP, Isabela Sobral, a redução é uma acomodação dos números, que pode ser explicada pelo patamar alto de comparação dos anos anteriores, a partir de 2016.


“A baixa (no Norte e Nordeste) está muito relacionada a essa questão de ter tido uma explosão muito grande de violência nos últimos anos lá. Agora, está voltando ao patamar anterior a essa explosão. E essa explosão no Norte e Nordeste é muito devida à questão do crime organizado", afirma a pesquisadora.


"Facções como o PCC (Primeiro Comando da Capital) e o Comando Vermelho, que surgem no Sudeste nos anos 2000, migram para as regiões Norte e Nordeste e as mortes explodem".


Posicionamento da SSPDS

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), destacou que a redução no número de homicídios prosseguiu em 2023. No primeiro semestre deste ano, foram registrados 1.377 assassinatos, 7% a menos que no mesmo período do ano passado, quando foram 1.481.


A pasta afirmou que os resultados são frutos do trabalho das forças de segurança do Estado, com ações que incluem o combate às organizações criminosas feito pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e as operações permanentes, a exemplo da Focus, em regiões com elevados índices de violência.


Também foi mencionado o aumento no número de armas de fogo apreendidas no Estado. De janeiro a junho deste ano, foram 3.343 apreendidas, informou a SSPDS (Com informações de Agência Brasil).


 *Fonte: O Povo