Foto: Arquivo Pessoal |
José Eleutério tem 19 anos e foi o primeiro aluno de escola pública escolhido para representar o Brasil no Torneio Internacional de Jovens Físicos (IYPT), conhecido como Copa do Mundo da Física. Durante a edição de 2023 da competição internacional, que ocorreu entre os dias 18 e 25 de julho deste ano, na cidade de Murree, no Paquistão, José recebeu uma medalha de prata.
Estudante do 3° ano do ensino médio do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE), em Juazeiro do Norte, José Eleutério já tinha participado anteriormente da fase nacional da competição.
Ele foi selecionado para participar da equipe brasileira a partir da fase nacional da competição que ocorreu no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), na qual participou como líder da equipe “Leite condensado de Bose-Einstein”, formada por alunos do IFCE.
“A física é versátil pois conversa com várias áreas. Problemas que são vistos nessas olimpíadas podem guiar a profissão e o futuro de muitos desses estudantes”, disse o co-orientador da equipe, Rodrigo Queiros, em entrevista à rádio O POVO CBN Cariri.
Para José, o interesse em física vem desde pequeno e surgiu quando ele asssistiu a programas de televisão e começou a ler livros sobre ciência. No futuro, ele também pretende estudar Física na faculdade. Entretanto, o reconhecimento pelo feito é algo com o qual José ainda está se acostumando.
Ao longo da última semana, ele foi recebido pelo ministro da Educação, Camilo Santana, em Brasília, ao lado do reitor do IFCE, José Wally Mendonça, e dos professores Rodrigo Queiros e Maurício Almeida.
“Ele, depois de 34 anos, foi o primeiro jovem brasileiro de escola pública – ele é do Instituto Federal no Ceará – que ganhou um prêmio na área de física internacional, orgulhando a todos nós nordestinos, cearenses e brasileiros”, disse o ministro em suas redes sociais.
O IYPT tem uma metodologia diferente de outras competições, propondo que, ao invés de realizarem provas, os alunos recebam problemas de física que devem ser resolvidos em equipe ao longo da preparação para o torneio.
“Foram muitos dias de preparação, tanto para o torneio nacional quanto para o internacional. Para me preparar para o torneio internacional, viajei até São Paulo para me juntar com o restante da equipe do time Brasil e treinarmos juntos", conta José.
Os alunos devem responder as questões de forma experimental, e é comum que duas equipes cheguem a resultados diferentes. A proposta é se aproximar da forma como estudos científicos são elaborados.
Durante o torneio, José conta que pode aprender muito sobre o mundo e, apesar dos dias puxados de competição, também teve a oportunidade de visitar alguns pontos turísticos. Ele também gostou das trocas culturais e lembra do jantar que foi proporcionado pelos iranianos.
*Fonte: O Povo