Foto: Arquivo Pessoal |
"Nosso guerreiro foi ao encontro dos filhos exatamente no dia dos pais. Que Deus o tenha, meu irmão! Te amamos muito!", publicou Rogério Feitosa Mota, irmão do corretor de imóveis. A causa da morte, no entanto, não foi repassada até a publicação desta reportagem.
Régis era portador da síndrome rara hereditária Li-Fraumeni (LFS), causada por uma mutação genética que aumenta a probabilidade em até 90% nas chances dos portadores desenvolverem câncer até os 70 anos.
Há cinco dias, Régis publicou que estava internado em um hospital, realizando exames e aguardando por um transplante de medula óssea — que teve de ser adiado devido a resultados alterados nos exames dele.
Terceiro diagnóstico
Em janeiro, Régis publicou nas redes sociais sobre o terceiro diagnóstico de câncer que ele recebeu — um mieloma múltiplo. "Descobrimos aí mais uma doença. Já tratamos leucemia, linfoma, não Hodgkin, que estão estabilizados. Mas a gente vem tratando, não estão curados. Dessa vez, descobrimos um mieloma múltiplo, que atinge inclusive os ossos", disse Régis Feitosa em um vídeo publicado na rede social.
Foi o terceiro câncer diagnosticado nele desde 2016, que já tratava uma leucemia linfoide crônica e um linfoma não Hodgkin – câncer que surge no sistema linfático. Ao todo, ele e os filhos receberam 12 diagnósticos para a doença.
O terceiro diagnóstico foi de um tipo de câncer que se desenvolve na medula óssea e já está comprometendo a musculatura da face do corretor.
"Inclusive tem um edema aqui, um 'tumorzinho' aqui no seio da face, e está comprometendo não a visão, mas a parte da musculatura do olho. Então o olho está um pouco caído, e a pálpebra não está fechando", falou.
O corretor de imóveis também compartilhou uma mensagem de esperança sobre o tratamento, que terá como inspiração a luta dos três filhos.
"Contarei, além da minha fé, da minha vontade de viver, com a minha maior fonte inspiradora. Essa fonte inspiradora é a minha riqueza emoldurada, minha vida emoldurada, meus filhos. Vocês, meus filhos, foram gigantes durante suas lutas contra os diversos cânceres que os atingiram. Nunca murmuraram, não desistiram, e lutaram com força e com esperança até o fim! Pois assim o farei, meus amados filhos, seguirei sempre firme e em frente, lutarei com força e com fé, até o fim, um dia de cada vez!", escreveu Régis.
Morte dos filhos
Beatriz, a filha caçula de Régis, faleceu em 2018, com 10 anos. Ela foi diagnosticada com leucemia linfoide aguda. A criança chegou a passar por um transplante de medula, que teve a mãe como doadora. Porém, meses depois, a doença voltou.
Pedro, de 22 anos, teve cinco episódios de câncer e morreu em 2020 com um tumor no cérebro.
A última perda do corretor foi Anna Carolina, de 25 anos. A filha médica descobriu um tumor no cérebro em 2021 e morreu em novembro de 2022. Na infância, ela também fez tratamento contra leucemia.
*Fonte: g1