segunda-feira, 2 de outubro de 2023

COLUNA DO LEANDRO GOMES - “PAIOL DE PÓLVORA” - UM CAFÉ, UM ALMOÇO E UM JANTAR PARA OS AMANTES DE UMA BOA LEITURA"

Ao acabar de ler o livro “Paiol de Pólvora” do escritor Hérlon Fernandes Gomes, fiquei com um vazio imenso na minha rotina de prazeres diários, ficou aquele gosto de quero mais sabe? Pois é, a obra é uma leitura tão prazerosa que durante um curto período de três dias devorei aquelas páginas cheias de estórias nas quais me fizeram pensar se queria ou não viver naquela época. Essa dúvida ainda estou!

FOTO: FACEBOOK DO AUTOR HÉLON FERNADES 

O livro me deu de presente uma viagem ao passado especificamente entre os anos de 1879 a 1927, época essa de surgimentos de povoados no Cariri e de homens com “sangue nos olhos” impiedosos, que se utilizavam do poder e do sobrenome familiar para cometer atrocidades, crimes e seus desejos mais animalescos. Em contrapartida tínhamos mulheres submissas, sem autonomia para escolher nem mesmo seus relacionamentos amorosos, época onde a civilidade e a vida entre sociedades se baseavam na lei do mais forte. 


Mais nem só de violência se passa a obra, existe uma poesia, um encanto, um enredo tão nosso que me fez lembrar de alguns amigos mais idosos nos quais convivi na minha infância que me contavam relatos sobre o cangaço e sobre as famílias tradicionais aqui de nossa região. Paixões, sexo e a depravação dos bordeis foram algo que me chamaram muita atenção, tive uma visão da prostituição como algo forte, algo que batia de frente até mesmo com a igreja católica da época, mulheres que apesar de viverem a margem da sociedade, eram mais livres que muitas filhas e esposas dos coronéis ali citados.


Ao autor Hérlon Fernandes Gomes deixo os meus mais sinceros parabéns pelo trabalho, gostaria muito que a obra “Paiol de Pólvora” fosse uma leitura indicada nas nossas escolas municipais e estaduais, que seja utilizada nas fichas de leitura (se é que ainda fazem) para que nossos jovens sintam o prazer em conhecer momentos, fatos, sentimentos tão nossos. Fico com a saudade da leitura mais me conformo em saber que brevemente irei reler e reviver esse “orgasmo literário” que tive!


Luz a todos os que vivem na escuridão!