sábado, 23 de dezembro de 2023

Censo 2022: Pardos são maioria no Ceará; população branca diminui, preta e indígena crescem

Foto: Fabiane de Paula/SVM

A população do Ceará é majoritariamente parda, de acordo com dados do Censo 2022 divulgados nesta sexta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao todo, 64,7% dos cearenses se declararam pardos.


Os brancos compõem 27,9% da população cearense, enquanto pretos são 6,8%, indígenas 0,6% e amarelos 0,1%. Conforme o balanço do IBGE, a população autodeclarada parda é a maioria em 183 dos 184 municípios cearenses - os brancos só são maioria no município de Potiretama (52,3%).


Em relação ao último Censo, realizado em 2010, a população branca do Ceará teve redução de 9,2%. Já o número de pessoas que se declaram pretas cresceu 51,7% e a proporção de pardos cresceu 8,8%. O maior crescimento foi da população autodeclarada indígena: o grupo cresceu 172,4% no período entre 2010 e 2022.


Entre os municípios cearenses, aquele com a maior proporção de pessoas pretas é Salitre, onde 14,7% se declara preta. Choró é o município com o maior percentual de pessoas pardas, quase 81%, enquanto Monsenhor Tabosa é o que possui o maior número de pessoas autodeclaradas indígenas : 28,3%.


Pela 1ª vez, Brasil se declara mais pardo que branco

O número de brasileiros que se declaram pardos cresceu 11,9% desde 2010, passou o de brancos e se tornou o maior grupo racial do país pela primeira vez, com 45,3% da população, segundo os dados do Censo 2022 divulgados nesta sexta-feira (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


A população que se declara preta também cresceu – hoje 10,2% dos brasileiros se dizem pretos –, assim como a de indígenas (0,8% dos brasileiros assim se identificam).


A parcela dos que se declaram brancos voltou a cair, em linha com o que acontece desde 2000, e passou a ser o segundo maior grupo, com 43,5% da população.


A de amarelos também recuou, para 0,4%, e voltou ao mesmo patamar de 30 anos atrás.


Veja os números:

Os pardos são 92,1 milhões, 45,3% da população. Em 2010 eram 43,1%;

Os brancos são 88,2 milhões, ou 43,5%. Em 2010, eram o maior grupo, com 47,7%;

Os pretos cresceram 42,3% na última década, e passaram a ser 20,7 milhões, ou 10,2% da população, ante 7,6% em 2010;

Os indígenas* agora são 1,7 milhão, ou 0,8% ante 0,5% em 2010, um aumento de 89%. Parte desse crescimento expressivo, entretanto, pode ser explicado pela mudança na metodologia da pesquisa para os povos indígenas, que permitiu identificar mais pessoas;

Os amarelos tiveram a maior queda, de 2 milhões em 2010 (1,1% da população) para 850 mil agora (0,4%), retornando a patamares próximos aos encontrados no censo de 1991.


Quem define a cor ou raça de cada um

A definição da cor ou raça no Censo é feita por autodeclaração. Ou seja, o morador entrevistado identifica a si mesmo de acordo com uma de cinco alternativas: branca; preta; amarela; parda ou indígena (havia a opção de não declarar a raça, mas só 0,005% dos entrevistados decidiram assim).


Segundo o IBGE, embora o quesito cor seja pesquisado no Brasil desde o primeiro Censo de 1872, ele passou a ser denominado “cor ou raça” apenas partir de 1991. Por isso, a série histórica divulgada pelo IBGE começa ali.


O IBGE destaca que a raça é um conceito mais amplo do que apenas a cor da pele e outras características físicas, envolvendo também outros critérios de pertencimento identitário como origem familiar e etnia.


As raças por regiões...

Os pardos são a maioria da população Nordeste (59,6%), do Norte (67,2%) e do Centro-Oeste (52,4%).


Os brancos são a maioria na região Sul (72,6%), e quase a metade da população do Sudeste (49,9%).


As regiões com maiores concentrações de população preta são o Nordeste com 13% e o Sudeste, com 10,6%.


Já os amarelos têm maior concentração no Sudeste (0,7%) e Sul e Centro-Oeste, com 0,4%, mesmo peso relativo nacional.


...e por municípios


Os pardos são o maior grupo em mais da metade dos municípios do país – 3.248 das 5.570 cidades. Os brancos, em 2.284.


Em apenas 33 cidades brasileiras os indígenas são a cor ou raça predominante e a preta, em 9. Os amarelos não são maioria em nenhuma cidade brasileira.

 

*Fonte: g1