quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Há 20 anos, a tragédia envolvendo um ônibus da Itapemirim em Barro chocava o Brasil

Foto: Jarbas Oliveira
No dia 21 de fevereiro de 2004, o Brasil foi abalado por uma tragédia que ficaria marcada na memória de muitos: um ônibus da empresa Itapemirim, que seguia de Fortaleza para Salvador, caiu no açude Cipó, em Barro (CE), resultando na perda de 42 vidas. 

O resgate dos corpos, realizado pelo helicóptero da Polícia Rodoviária Federal, comandado por Flávio Alves Batista, estendeu-se até o dia seguinte, 22 de fevereiro. No total, foram recuperados 42 corpos, incluindo 2 crianças, 11 mulheres e 29 homens, este último incluindo um estrangeiro. A maioria dos passageiros tinha como destino o Carnaval em Salvador e havia partido do Terminal Rodoviário João Thomé, em Fortaleza.

O acidente ocorreu em um contexto de chuvas intensas, com o Açude Cipó atingindo uma profundidade de 9 metros na época. Os peritos que investigaram o local apontaram que a vedação das janelas, devido ao ar-condicionado, dificultou a saída dos passageiros, agravando a tragédia.

A busca por justiça e reparação levou a casos judiciais contra a Viação Itapemirim. Em novembro de 2017, a 4ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Ceará condenou a empresa a pagar R$ 100 mil por danos morais e R$ 43.392,00 por danos materiais ao filho de uma das vítimas. A decisão, relatada pela desembargadora Helena Lúcia Soares, foi apoiada pela 29ª Vara Cível de Fortaleza, que determinou o pagamento adicional de R$ 150 mil por danos morais e R$ 43.392,00 por danos materiais.

Na época do acidente, uma criança de oito anos, filha de uma das vítimas, ficou sabendo da tragédia pela televisão. A oferta inicial de R$ 30 mil pela Itapemirim foi recusada pela família, que buscava justiça diante do sofrimento causado. A empresa, em sua defesa, argumentou que o trecho onde ocorreu o acidente estava em péssimas condições, isentando-se de responsabilidade e alegando ter solicitado providências ao poder público para a conservação da via.

 

*Da redação do BFJR com informações de Ônibus e Transporte