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O delegado de Polícia Civil Paulo Hernesto Pereira Tavares, preso desde novembro de 2023 após se envolver em um acidente de trânsito, dar um tapa em uma mulher e urinar em uma viatura, teve a prisão preventiva revogada pela Justiça nesta segunda-feira (1º).
A decisão judicial destacou que "os motivos que outrora legitimaram a prisão não mais subsistem na presente quadra temporal, ante a conclusão da instrução criminal do processo". Com isso, Paulo Hernesto vai responder ao processo criminal em liberdade.
Na audiência desta terça-feira (2), o Ministério Público do Ceará (MPCE), que havia pedido a prisão preventiva do delegado em novembro do ano passado, se manifestou a favor da soltura dele.
Paulo Hernesto se envolveu m um acidente de trânsito no dia 11 de novembro de 2023 após perseguir um adolescente no município de Aurora, no interior do Ceará. Após o acidente, ele discutiu com moradores, no que foi filmado dando o tapa em uma mulher.
Ele chegou a ser detido após o acidente e a agressão, mas foi solto no mesmo dia após pagamento de fiança. No domingo (12), o MP pediu a prisão preventiva do delegado, destacando que ele já era réu pelos crimes de embriaguez ao volante e violência doméstica. O pedido foi aceito e ele foi preso.
Porém, no dia seguinte, a segunda-feira (13), ele foi solto novamente. Paulo Hernesto permaneceu em liberdade até o dia 24 de novembro, quando foi preso novamente após atrapalhar investigação sobre o caso. Desde então, ele estava na prisão.
No dia 8 de janeiro, Paulo Hernesto foi denunciado pelo Ministério Público por seis crimes:
Embriaguez ao volante;
Lesão corporal leve contra três pessoas;
Resistência à prisão;
Calúnia contra funcionário público;
Ameaça contra a vítima;
Desacato de funcionária pública do Samu.
Na denúncia de janeiro, o MP também acusou Paulo Hernesto de induzir falso testemunho, e as duas testemunhas que teriam praticado o crime também foram denunciadas pelo órgão.
Relembre o caso
Paulo Hernesto foi filmado agredindo uma mulher em confusão após acidente de trânsito na cidade de Aurora, na região do Cariri cearense. Em vídeo registrado por testemunhas, Paulo Hernesto Pereira Tavares dá um tapa em uma das mulheres presentes no tumulto. Desde então, o flagra teve desdobramentos.
A agressão foi registrada na madrugada do dia 11 de novembro. O delegado se envolveu em um acidente de trânsito após perseguir um adolescente e depois discutiu com moradores, no que foi filmado dando o tapa em uma mulher.
O delegado foi liberado da detenção no mesmo dia da agressão após pagar fiança. O valor da fiança não foi informado.
Na manhã do dia 12 de novembro, o MPCE entrou com o pedido de prisão preventiva após discordar da liberação do delegado depois do pagamento da fiança. A Justiça cearense atendeu o pedido do MP e Paulo Hernesto foi preso no fim do dia na cidade do Crato.
O delegado Paulo Hernesto Pereira Tavares também foi filmado urinando em uma viatura da Polícia Civil do Ceará pouco depois de ter sido detido por conta da agressão. O vídeo veio à tona dias após o flagra de agressão.
Na manhã da segunda-feira (13), menos de 24 horas após ter sido preso, o delegado foi solto após passar por uma audiência de custódia no 1º Núcleo de Custódia e Inquérito, na cidade de Juazeiro do Norte. Paulo Hernesto obteve a liberdade provisória mediante o cumprimento de alguns requisitos, como não se ausentar da comarca onde reside, entre outros.
Semanas depois, em 24 de novembro de 2023, Paulo foi preso novamente após atrapalhar investigação sobre o caso. Ele estava 'descumprindo medidas cautelares, atrapalhando as investigações e manipulando o teor das declarações e depoimentos de testemunhas' sobre o caso de agressão contra a mulher.
Ele continua afastado das funções e estava preso desde o dia 24 de novembro.
No dia 8 de janeiro de 2024, o Ministério Público entrou com a denúncia pelos crimes praticados em 11 de novembro. Na ocasião, órgão também pediu a manutenção da prisão preventiva do delegado.
No dia 2 de abril, a Justiça revogou a prisão preventiva de Paulo Hernesto, que vai responder ao processo em liberdade. O Ministério Público foi favorável à revogação da prisão.
*Fonte: g1