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Uma operação policial nomeada de "O Clone" desarticulou a ação de um grupo suspeito de aplicar golpes por meio de fraudes do nome e imagens de políticos de vários estados. No Ceará, nomes e imagens como o da vice-governadora Jade Romero e da secretária estadual de Articulação Política, Augusta Brito, foram utilizados para os golpes. A Polícia identificou nove pessoas que participavam do esquema, além do casal que articulava os crimes.As informações foram divulgadas em coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira, 13, no Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp), na Capital. Os delegados Edvando França, diretor do Departamento de Inteligência da Polícia Civil do Ceará, e Alan Araújo, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), deram detalhes sobre o caso.
Uma mulher de 30 anos, apontada como articuladora do esquema, foi presa. Um homem, que também seria responsável por articular os crimes, está foragido e tem outro mandado de prisão por receptação.Um dos alvos dos mandados de buscas e apreensão foi flagrado com substância ilícita, 433 gramas de cocaína. O suspeito foi autuado em flagrante por tráfico de drogas e já tinha passagem na polícia por roubo. De acordo com os delegados, o crime acontecia no ambiente virtual. Os suspeitos entravam em contato com associações beneficentes e com prefeituras se passando por figuras políticas do Estado. Os nomes utilizados foram de Jade Romero e Augusta Brito.
Utilizando-se dessa identidade falsa, os criminosos informavam que havia doações para o Município, mas que precisaria de um valor para custear o transporte para entrega das doações. O contato era feito por meio do WhatsApp e a transferência do dinheiro por meio do PIX. Os valores cobrados no golpe giravam em torno de R$ 2 mil a R$ 2.500.As contas bancárias que recebiam o dinheiro das vítimas do golpe eram de pessoas envolvidas na fraude. Nomes de outras pessoas eram usados para esconder o nome dos principais articuladores do crime.Segundo o delegado Edvando França, diretor do Departamento de Inteligência da Polícia Civil do Ceará, o caso é considerado "complexo", com diligências durando o período de seis meses. Nesse tempo, a Polícia Civil do Ceará (PC-CE) conseguiu produzir as provas necessárias para pedir a prisão preventiva dos investigados.
De acordo com o delegado Alan Araújo, titular da DRCC, o investigado já teria participado de um movimento político e possuía um conhecimento de como se comunicar semelhante à linguagem política. “Tinha uma comunicação polida”, afirma o delegado sobre o suspeito de aplicar as fraudes eletrônicas.Aparelhos celulares foram apreendidos a fim de identificar outros possíveis envolvidos. Durante as investigações, nesses dispositivos foram encontrados mais de mil contatos de políticos, assessores parlamentares e associações, que para Alan de Araújo seriam possíveis vítimas de golpes. A Polícia Civil do Ceará solicitou junto ao Poder Judiciário o bloqueio de uma conta com R$ 1 milhão para ressarcir as vítimas.
A ofensiva foi realizada pelas pela Polícia Civil do Ceará, por meio da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos com apoio das Polícias Civis do Maranhão e do Piauí. Na ação, foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva contra suspeitos localizados em Timon, no Maranhão (MA).Além de figuras políticas do Ceará, autoridades dos estados do Acre, Alagoas, Bahia, Tocantins, Minas Gerais e Mato Grosso também tiveram nome e imagem fraudados. As identidades dos demais políticos não foram divulgadas.
*Fonte: O Povo