quarta-feira, 29 de maio de 2024

COLUNA DO LEANDRO GOMES

HIT NO TIKTOK: “BRÁS CUBAS”, DE MACHADO DE ASSIS, É O LIVRO MAIS VENDIDO EM UMA CATEGORIA DA AMAZON

O vídeo de uma influenciadora e escritora norte-americana viralizou nas redes sociais após ela relatar a experiência de ler o livro "Memórias Póstumas de Brás Cubas", do autor brasileiro Machado de Assis (1839-1908). Na publicação, que contabiliza mais de 400 mil visualizações no TikTok, Courtney Henning Novak aparenta estar encantada com a obra da literatura nacional, considerada um clássico no Brasil.

Com a repercussão, o romance ultrapassou outras grandes obras da literatura latino-americana traduzidas para o inglês nos EUA e chegou a ser recorde de vendas. O vídeo também trouxe ao público uma reflexão sobre o porquê de um clássico da nossa literatura ter sido destaque nas redes através de uma influenciadora de outro pais. 

Com o advento da internet, diminuindo fronteiras, e sabendo que o brasileiro é apegado a “autoridades” para validar alguma “ideia”, podemos até achar normal esse sucesso em nosso país. Nos dias atuais, é preciso que uma pessoa “famosa” ou um “influencer digital” de amplo alcance divulgue um livro (ou qualquer outro produto) para que ele obtenha sucesso e atinja o grande público. 

Trazendo o tema para o ambiente educacional sabemos que na maioria das vezes as escolas por si só, não são capazes de despertar tamanho interesse por alguns livros, mas quando o mesmo é indicado por uma influencer que faz resenhas de livros, o assunto começa a chamar a atenção. Alguns professores (espero que a minoria) por também não possuir o habito da leitura em suas rotinas, ou por não ter espaço/tempo no currículo escolar (durante suas aulas) não conseguem instigar a leitura dos estudantes, diferente do que a influencer fez, atiçou a curiosidade e estimulou a leitura utilizando uma rede social trazendo a ideia de ler, “ ler pelo prazer” e “ ser feliz” pela leitura.

Outro fator que merece nossa atenção é que as crianças/jovens de hoje gostam de tudo dos adultos, nem programas infantis e para adolescentes há mais nas tevês abertas. Os pais em determinadas situações expressão um extremo cuidado com a leitura que seus filhos fazem, mais contraditoriamente não os limitam ao uso de celulares, tablete, e dancinhas extremamente eróticas e de duplo sentido.  

Enfim não acho que seja a idade um fator impeditivo para um adolescente não ler Machado, mas sim seria um estímulo, o aguçar a curiosidade desse jovem e melhorar o vocabulário dessa geração. Sei que nem toda obra desse autor serve para qualquer idade, mais com acompanhamento certo e de “projetos de leitura” eficientes ,podemos influenciar os jovens leitores a também gostarem dos clássicos.