segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Cariri - Conheça o brasileiro que venceu prêmio inédito da paleontologia ao defender repatriação de fósseis


Um professor e paleontólogo da região do Cariri, no interior do Ceará, vai ser o primeiro brasileiro a receber o importante prêmio Morris F. Skinner, um dos mais prestigiosos da área no mundo. Antônio Álamo Feitosa Saraiva, de 63 anos, foi o escolhido pela Sociedade de Paleontologia de Vertebrados (SVP, na sigla em inglês) para receber a comenda entre inúmeros paleontólogos de diversos países, da França à Índia.

Conforme a organização, o prêmio é concedido àqueles que fizeram contribuições relevantes para construção de conhecimento científico na área, bem como incentivaram e compartilharam conhecimento com outros estudantes e profissionais.

“Eu fiquei extremamente surpreso, não sabia nem que eles me conheciam ou que sabiam do meu trabalho aqui na Bacia do Araripe [no Cariri], e recebi esse e-mail dizendo que eu tinha sido agraciado com esse prêmio”, contou Álamo ao g1.

Há décadas, Álamo vem atuando em três frentes na paleontologia: no ensino, como professor do curso de Ciências Biológicas e coordenador do Laboratório de Paleontologia da Universidade Regional do Cariri (Urca); como pesquisador de campo, na escavação e descrição de fósseis da Bacia do Araripe; e como defensor do combate ao comércio ilegal de fósseis.

“Aqui na Bacia do Araripe, há mais ou menos uns 25 anos, eu travo uma luta, às vezes até inglória, de brigar contra as instituições internacionais e contra o tráfico. E a gente teve avanços nisso, algumas repatriações, a fiscalização da Polícia Federal, que a gente conseguiu convênio, da Polícia Rodoviária Federal, da Polícia do Meio Ambiente do Estado do Ceará. Então, a gente teve algumas conquistas. E foi em cima disso que eles viram e me outorgaram esse prêmio. É isso, ou seja, é um prêmio pelo conjunto da obra”, avalia o professor.

O prêmio será entregue no dia 2 de novembro durante o 84º encontro anual da SVP, em Minneapolis, nos Estados Unidos. Passada a surpresa inicial, o paleontólogo já está com tudo pronto para embarcar e receber a homenagem. “Isso aumenta muito a responsabilidade da gente aqui, ao mesmo tempo que nos ajuda muito esse reconhecimento”, conclui.

*G1.