terça-feira, 10 de setembro de 2024

COLUNA DA JACQUELINE - ONE LOVE (UM SÓ AMOR, UM SÓ CORAÇÃO)


ONE LOVE (UM SÓ AMOR, UM SÓ CORAÇÃO)

Este final de semana assisti o filme: Bob Marley: One Love(2024). O filme celebra a vida e a música de um ícone que inspirou gerações através de sua mensagem de amor e unidade. E confesso que sou fã do Bob Marley.

A narrativa se passa entre 1976 e 1978, período que sofreu uma tentativa de assassinato, juntamente com sua esposa Rita e seu empresário Don Taylor. Um período de fortes experiências, que moldaram sua visão de mundo.

Um dos maiores legados de Bob Marley, foi a disseminação do Rastafári e da cultura de seu país – a Jamaica. Suas canções, refletem não somente sua forma de pensar, como também a maneira como o cantor viveu, ao longo de seus 36 anos,  quando deixou essa vida terrena, ocasionado por um câncer de pele.

O filme traz de forma genuína sua relação com o movimento Rastafári , surgido na década de 1930,  nas áreas mais pobres da Jamaica . Bob Marley  utilizou  sua voz para trazer visibilidade a diversas questões  como a desigualdade racial, a violência política, tornando-se um ativista pela paz.
Quem me conhece sabe que gosto muito das filosofias africanas, e o rastafári sempre me chamou atenção, pela sua capacidade de elevar o grau de consciência humana em prol da paz.  De fato, o rastafári se apresenta como um  movimento religioso afrojamaicano que combina o Cristianismo, o Judaísmo e uma consciência política pan-africana. Tornou-se ao longo dos tempos, um estilo de vida, com milhares de seguidores, que defendem a união dos povos africanos e do mundo inteiro.

O longo cabelo dredado do rastaman, a fala mansa sempre pausada, agradecendo pelo dia, a comida e a vida, pode parecer estranho no mundo caótico em que vivemos , mas essa é a essência de quem segue essa filosofia. O que para alguns sem conhecimento da causa, limita a filosofia rastafári a um movimento musical, a  dreads e maconha. Um fato curioso é que entre os rastaris o rastas, utiliza-se frequentemente a expressão em inglês “I and I” (literamente Eu e Eu). Isso não significa que eu sou o primeiro, mas se refere à conexão entre o individuo e Deus( chamado de Jah).  Em outras palavras, o eu de Deus se encontra em nosso interior, e sintetizando, não há eu, tu e ele. Somos todos Eus. Acho incrível esta forma de conceber a vida.

Finalizo com o trecho da canção Canção de Redenção (Redemption Song)

Won't you help to sing
These songs of freedom?
'Cause all I ever have
Redemption songs

Você não vai ajudar a cantar
Estas canções de liberdade?
Porque tudo o que eu tenho
São canções de redenção!
Por uma humanidade melhor!

Ana Jacqueline Braga Mendes