segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Coluna do Leandro Gomes - A FALSA FAMA DAS REDES E O PREÇO CULTURAL QUE PAGAMOS


Nos últimos anos, as redes sociais transformaram a noção de fama. O que antes era reservado a artistas e figuras públicas, agora parece estar ao alcance de qualquer um com um perfil e um celular na mão. Curtidas, seguidores e visualizações são os novos troféus de uma geração que busca relevância instantânea, alimentada por algoritmos que valorizam o efêmero. No entanto, por trás dessa falsa sensação de poder e notoriedade, esconde-se um impacto cultural preocupante.

A busca por aprovação online tem esvaziado discussões profundas e substituído o conteúdo substancial por espetáculos rápidos e de fácil digestão. Memes e tendências superficiais ocupam o espaço que antes seria dedicado ao conhecimento e à troca de ideias. A cultura, em vez de ser um veículo de reflexão e crescimento, tornou-se um palco de entretenimento fugaz, sem profundidade.

Além disso, a necessidade constante de validação digital tem contribuído para a fragmentação das conexões humanas genuínas. A superficialidade das interações online cria uma barreira invisível, afastando-nos de diálogos autênticos e da construção de um legado cultural. No fim, a promessa de poder e fama que as redes oferecem se revela uma miragem, deixando, em seu rastro, um vácuo tanto nas relações pessoais quanto na nossa riqueza cultural.

Essa corrida por notoriedade digital está cobrando um preço alto. E a pergunta que resta é: quanto mais estamos dispostos a perder para sermos vistos, mas não ouvidos?