quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Moradores de Jericoacoara protestam contra cobrança de acesso à vila


Na tarde desta terça-feira (11), uma nova manifestação tomou as ruas da Vila de Jericoacoara, reunindo moradores, trabalhadores e empresários locais em um protesto contra a cobrança de ingressos para turistas. A taxa de R$ 50 para visitantes do Parque Nacional de Jericoacoara, que dá acesso à vila, foi suspensa pela Justiça em janeiro, mas a insatisfação persiste.

Os manifestantes questionam o modelo de concessão do Parque Nacional, que permite a cobrança do ingresso diário de pessoas que transitam pelo parque apenas para acessar a Vila. 

Essa concessão foi gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Segundo os protestantes, essa prática violaria acordos estabelecidos em audiências públicas realizadas em 2022, antes da elaboração do edital de concessão.

Fábio Nobre, membro do Conselho Empresarial de Jericoacoara, expressou preocupações sobre os impactos econômicos e turísticos da cobrança: "O destino, hoje conhecido pelo turismo de longa permanência, se tornará um ponto de passagem de turistas de um dia."

Os moradores afirmam que continuarão mobilizados contra a cobrança de ingressos, que estava prevista para iniciar em 2025. As datas para a implementação da taxa já foram alteradas várias vezes. Em novembro de 2024, a empresa responsável recebeu autorização para iniciar a cobrança, mas adiou para dezembro. Em seguida, o início foi novamente postergado para março de 2025, após questionamentos da prefeitura de Jijoca de Jericoacoara.

Em 13 de janeiro, a Justiça federal suspendeu a cobrança até que um plano detalhado sobre a implementação e o cadastramento de isentos fosse apresentado. A cobrança permanecerá suspensa até nova decisão judicial, que será emitida após a apresentação de esclarecimentos pelo ICMBio e pela concessionária Urbia Cataratas Jeri.

Atualmente, a Prefeitura de Jijoca de Jericoacoara já impõe uma taxa de turismo de R$ 41,50, que é destinada ao município. Com a futura cobrança pela nova empresa gestora, os turistas precisarão pagar duas taxas para visitar o parque nacional.