A Procuradoria-Geral da República (PGR) formalizou uma denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 33 pessoas, acusando-os de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado após a derrota nas eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva.
A acusação, feita pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, aponta que Bolsonaro cometeu diversos crimes, incluindo organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado e crimes contra o patrimônio da União.
A denúncia foi baseada em investigações conduzidas pela Polícia Federal, que indicam que Bolsonaro e seus aliados promoveram uma trama para tentar invalidar os resultados das eleições de 2022 e manter o ex-presidente no poder. A denúncia foi recebida pela Primeira Turma do STF, sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes, que agora analisará a acusação.
Segundo as provas levantadas pela PGR, Bolsonaro foi diretamente envolvido em um plano golpista que incluiu tentativas de interferir no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e no Supremo Tribunal Federal (STF). A acusação afirma que ele pediu alterações em uma minuta de golpe, que sugeria a prisão de ministros do STF e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
O plano também contemplava o uso das Forças Armadas para atuar como um “poder moderador” e reverter os resultados eleitorais.
A investigação aponta que o ex-presidente e seus aliados disseminaram notícias falsas para descredibilizar o processo eleitoral, criando um ambiente favorável à intervenção militar.
A PGR também menciona a reunião que Bolsonaro convocou com embaixadores, onde fez ataques ao sistema eleitoral brasileiro, o que lhe rendeu uma condenação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político.
A trama golpista teria se consolidado em uma reunião ministerial, registrada por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, em julho de 2022.
Na gravação, Bolsonaro é ouvido afirmando que “os caras estão preparando tudo para Lula ganhar no primeiro turno” e sugerindo que seria necessário “fazer alguma coisa antes” das eleições para evitar que o país se tornasse um “caos”.
Além disso, investigações revelaram um encontro de Bolsonaro com os comandantes das Forças Armadas em dezembro de 2022, no qual o ex-presidente discutiu a utilização de medidas jurídicas como o Garantia da Lei e da Ordem (GLO) ou até a decretação de Estado de Defesa e Estado de Sítio para impedir a posse de Lula.
*Da redação do BFJR com dados do gcmais