Fortaleza, Ceará - A violência de facções criminosas no Ceará atingiu um novo patamar, com a cobrança de taxas para autorizar a instalação de serviços de internet em comunidades. A prática, que começou no bairro Pirambu, em Fortaleza, já se espalhou para pelo menos quatro municípios cearenses, incluindo a capital.
Provedoras de internet são obrigadas a pagar 50% do valor dos serviços aos criminosos para ter permissão de operar em áreas controladas por eles. Ou seja, se uma empresa cobra R$ 80 de um cliente, R$ 40 vão para a facção como "taxa de permissão".
Além da extorsão financeira, os criminosos impõem um monopólio forçado, indicando quais empresas podem operar e direcionando os moradores a contratá-las. Provedoras que não se submetem às regras sofrem retaliações violentas.
Em menos de duas semanas, dois veículos da Brisanet foram incendiados. O último ataque aconteceu na noite desta quinta-feira (2/3) em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza. Um carro da empresa foi completamente destruído por um incêndio no cruzamento das ruas Ribeiro Bezerra com Pedro Alves de Menezes, no Conjunto Metropolitano.
O Corpo de Bombeiros foi acionado para conter as chamas e investiga as causas do incêndio. A Brisanet, por sua vez, também investiga o caso e afirma estar tomando medidas para garantir a segurança de seus colaboradores.
A prática criminosa coloca em risco não apenas as empresas, mas também a população, que fica privada de acesso à internet e refém de um sistema imposto pela violência. A situação exige uma resposta urgente das autoridades para combater o crime organizado e garantir a segurança e o direito à comunicação dos moradores.