A cidade de Caridade, localizada no interior do Ceará, enfrenta uma grave crise de conectividade, com 90% dos clientes sem acesso à internet desde a última sexta-feira, 7 de março. O colapso nos serviços é resultado de ataques perpetrados por uma facção criminosa que visa extorquir provedores de internet na região.
Os membros da facção exigem que as operadoras repassem 50% do valor pago pelos clientes pelo serviço de internet. Aqueles que se recusam a pagar essa "taxa" enfrentam represálias severas, incluindo incêndios e atos de vandalismo.
Segundo uma fonte do setor, que preferiu não se identificar, a cidade, com uma população de 22,5 mil habitantes, viu a maioria de seus moradores sem internet em casa ou no celular. No início da tarde desta segunda-feira, 10 de março, cerca de 70% da população ainda estava sem acesso.
Esses ataques não são um fenômeno isolado; eles têm ocorrido em Fortaleza e em outras cidades desde, pelo menos, fevereiro deste ano. Em resposta à escalada da violência, o governador Elmano de Freitas anunciou, no sábado (8), a criação de um grupo especial para investigar os crimes contra as empresas provedoras de internet. O objetivo é intensificar as ações das forças de segurança para identificar e prender os responsáveis.
Um dia após o anúncio do governador, um novo ataque foi registrado contra a A4 Telecom, uma empresa que fornece serviços de internet em Caucaia e São Gonçalo do Amarante.
Nos últimos dias, esses municípios também sofreram com ataques a provedores de internet. Na quinta-feira anterior, um veículo da empresa Brisanet foi incendiado em Caucaia. Além disso, um ataque à empresa Giga+ em São Gonçalo do Amarante deixou empresas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém sem internet durante parte do dia.
A situação em Caridade e em outras cidades do Ceará destaca a crescente preocupação com a segurança e a integridade das empresas de serviços essenciais, além de evidenciar a necessidade urgente de medidas eficazes para combater a criminalidade na região.