Entregadores de aplicativos no Brasil estão se mobilizando para um novo “breque nacional”, uma paralisação que visa reivindicar melhores condições de trabalho. A campanha, que está sendo amplamente divulgada nas redes sociais, especialmente no Instagram, pretende interromper os serviços dos principais aplicativos de entrega do país, incluindo iFood, Uber Flash e 99 Entrega.
A paralisação está programada para os dias 31 de março e 1º de abril de 2025.
Os organizadores da greve têm como objetivos principais:
Combater práticas antissindicais: Isso inclui a denúncia de incentivos ou bônus oferecidos por aplicativos para desestimular a participação dos entregadores na paralisação.
Melhorar as condições de trabalho: A categoria busca melhores remunerações e condições gerais de trabalho.
Esse movimento não é inédito; os entregadores já realizaram mobilizações semelhantes em 2020, 2021 e 2023, todas com a pauta de aumento na taxa por entrega realizada.
Um ponto crucial destacado pelos organizadores é a disparidade entre os lucros das empresas de entrega e os pagamentos recebidos pelos entregadores. Em 2024, a Uber, proprietária do Uber Eats, registrou uma receita total de US$ 11,96 bilhões (aproximadamente 6,77 trilhões de reais). Por sua vez, o iFood projeta um crescimento superior a 50% na receita de sua divisão financeira para o ano fiscal de 2025, estimando alcançar R$ 1 bilhão, conforme informações da Forbes Brasil.
A mobilização dos entregadores reflete uma luta por reconhecimento e melhores condições em um setor que tem crescido exponencialmente, mas que ainda enfrenta desafios significativos em termos de remuneração e direitos trabalhistas.