O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, em julgamento unânime, tornar réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete indivíduos, incluindo o ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, natural do Ceará. A decisão, anunciada após dois dias de sessão, decorre de uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que acusa 34 pessoas de planejar um golpe de Estado durante as eleições de 2022.
Paulo Sérgio, oriundo de Iguatu, integra o que a PGR classificou como o 'núcleo crucial' da suposta trama golpista. Sua defesa argumenta que ele, na verdade, aconselhava Bolsonaro contra ações consideradas radicais, posição contestada pela PGR.
A investigação aponta para um complexo esquema envolvendo militares e civis, com o objetivo de subverter o processo democrático. Além de Paulo Sérgio, outros dois cearenses são mencionados na denúncia: o general Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira e o tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo.
Ambos aguardam decisão do STF sobre sua situação processual. Mensagens encontradas no celular de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro que fechou acordo de delação premiada, fornecem evidências que sustentam as acusações contra os envolvidos.
A decisão do STF representa um marco importante na investigação sobre os atos antidemocráticos ocorridos no período pré-eleitoral de 2022 e lança luz sobre a complexa teia de relações e ações que teriam sido empreendidas para minar o processo eleitoral.