O senador Cid Gomes (PDT) disse não crer que Jair Bolsonaro (PL), ex-candidato à reeleição derrotado nas eleições de 2022 para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tenha "talento pessoal" e "competência" para se firmar como um líder que fará oposição ao futuro governo petista.
Na avaliação do pedetista, o atual chefe do Executivo disputará "fração" desse protagonismo com os governadores reeleitos Ratinho Jr (PSD) e Romeu Zema (Novo), do Paraná e Minas Gerais, respectivamente. "Espero que em uma linha mais reflexiva e menos odienta, infelizmente, como tem sido a característica do Bolsonaro", afirma o político sobre as caraterísticas que espera dos dois gestores.
"Não creio que o Bolsonaro tenha talento pessoal, competência, para se firmar como um líder a longo prazo", disse o ex-governador do Ceará durante entrevista ao jornalista Farias Júnior, da rádio CBN Cariri, nesta quarta-feira, 23.
O político ainda cita o governador eleito em São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), como um dos nomes que pode despontar. "Embora não seja uma pessoa da política mesmo, entra mais na conta de um técnico, mas pela força de São Paulo", avaliou.
Eleição polarizada
O senador ainda comentou a eleição polarizada entre Lula e Bolsonaro. Na avaliação do pedetista, o resultado expressivo do atual chefe do Executivo na eleição pode ser entendido como resultado de uma aversão ao PT. O petista foi eleito para seu terceiro mandato à frente do Palácio do Planalto com 50,90% dos votos, contra 49,10% do adversário. A diferença entre ambos foi de apenas 2,1 milhões de sufrágios.
"No final das contas, pela negação, não pela afirmação (a votação do atual presidente), porque tem pessoas que não querem ver de jeito nenhum ou não queriam ver de jeito nenhum o PT de volta ao poder, acabaram enxergando no Bolsonaro a única alternativa", ressaltou.
Atos antidemocráticos
Ao ser questionado sobre os atos golpistas, protagonizados por apoiadores do atual presidente, descontentes com o resultado do pleito, Cid afirmou que é preciso "aprender" a perder.
"Nesse momento, os líderes é que deveriam dar o exemplo, mas lamentavelmente nós temos uma, eu ia dizer fração, mas eu posso até chamar de facção, uma facção na política brasileira que ao invés de bons ensinamentos, só ensina o mal", acrescentou.
*Fonte: O POVO.