A internet com suas redes sociais, se tornou a nova Ágora, palco de debates acalorados sobre os mais diversos temas, dos mais banais aos mais sérios que impactam a vida de todos. Assim como na Grécia Antiga, onde os cidadãos se reuniam para discutir o futuro da república, hoje, a internet permite que milhões de vozes se levantem em defesa de seus ideais. Alguns nobres, outros nem tanto.
Um debate que toma conta do Brasil, mas que ainda precisa de mais vozes, é o movimento VAT (Valorização, Atitude e Trabalho) ou (Vida Além do Trabalho), contra a jornada 6x1. Essa escala de trabalho, que se traduz em mais um ataque direto à saúde, à vida social e à dignidade dos trabalhadores.
Com tantas vozes posicionadas em defesa do lucro e da precarização do trabalho, cada voz na defesa dos trabalhadores conta. Inclusive a sua.
Estudos comprovam a relação direta entre a jornada 6x1 e o aumento de doenças como doenças cardíacas, diabetes, obesidade, depressão e ansiedade. O corpo humano não foi feito para suportar tamanha carga de trabalho sem tempo para descanso e recuperação.
Embora os defensores do 6x1 aleguem a necessidade de aumento da produtividade, o que já estamos tendo de fato é o aumento da fadiga crônica, o estresse e a falta de tempo para cuidar da saúde, gerando um ciclo vicioso de esgotamento e desmotivação. Fatores que contribuem negativamente a vida dos trabalhadores e inclusive a produtividade.
Outros fatores nocivos
Isolamento social: A jornada 6x1 limita o tempo livre para atividades sociais, culturais e de lazer, impactando diretamente a vida social e familiar dos trabalhadores, que se veem isolados e privados de momentos importantes com seus entes queridos.
Impacto na saúde mental: A jornada extenuante, a falta de tempo para descanso e a pressão constante do trabalho geram um estresse crônico que pode levar à depressão, ansiedade e burnout, impactando a saúde mental dos trabalhadores e afetando sua qualidade de vida.
De acordo com dados oficiais de 2022, no Brasil, os 5% mais ricos da população detém 39,9% da renda nacional, um aumento em relação aos 36,5% de 2017. Isso significa que a fatia do bolo que os mais ricos estão levando aumentou nos últimos anos. A renda dos 10% mais ricos é 14,4 vezes superior à dos 40% mais pobres, mostrando que a disparidade entre ricos e pobres continua a crescer.
Esse crescimento da concentração de renda salta das planilhas e mostra-se a olhos vistos, aqui mesmo na nossa região do Cariri. Basta que você abra os olhos e observe o crescimento absurdo e nem sempre justificado de algumas riquezas.
No país da desigualdade racial, econômica, educacional, cultural, etc e tal, o discurso do aumento da produtividade e da meritocracia, não passa de estratégia capitalista em detrimento de direitos e da qualidade de vida da classe trabalhista.