I DON'T KNOW
Nestes últimos dias estamos sendo bombardeados com noticias que me deixa entristecida e preocupada. O alvo da vez: O professor.
Algumas das inúmeras manchetes que circularam esta semana:
- Professor é agredido ao denunciar que homens usavam drogas na escola.
- Mãe invade escola e agride professora após filha se queixar de bronca.
- Professor leva tapa de aluno em sala de aula e não consegue mais trabalhar.
- Professor é agredido por estudantes no Distrito Federal após impedir uso de celular em sala de aula.
- Aluno de 12 anos joga lixeira na cabeça do professor em escola em Belo Horizonte
Segundo o levantamento global da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil está entre os países com índices mais altos do mundo em agressões contra professores. Triste realidade!
Não é mais uma questão de onde acontece, mas por que está acontecendo tanto? Por que tanta violência? Cada agressão contra um professor é uma agressão contra aquele que molda o intelecto, a ética, o caráter e a autoestima dos alunos.
Assisti a série Adolescência. A história de Jamie, um adolescente de 13 anos da Inglaterra acusado de matar uma colega de escola a facadas. A série foi criada por Stephen Graham, que interpreta o pai do Jamie, que se inspirou em um caso real. As palavras de Graham, em uma reportagem acende o alerta vermelho: “Houve um incidente em que um menino (supostamente) esfaqueou uma garota e isso me chocou. Fiquei pensando: ‘O que está acontecendo? O que está ocorrendo na sociedade para que um menino esfaqueie uma garota até a morte? Qual foi o estopim disso?’ E então aconteceu de novo, e de novo, e de novo. Realmente queria lançar uma luz sobre isso e perguntar: ‘Por que isso está acontecendo hoje? O que está rolando? Como chegamos a esse ponto?
E fico a refletir em meio a grandes hiatos: Que sinais deixamos de ver?
Como sempre remeto-me as reflexões de Rubem Alves: Há muitas escolas que não passam de jacarés. Devoram as crianças em nome do rigor, de ensino apertado, de boa base, de preparo para o vestibular. Mas, e a infância? E o dia que não se repetirá nunca mais? E os sonos frequentados por pesadelos de quinze pontos, recuperação, férias perdidas e palavras de ventríloquo? Escolas jacarés, que as crianças têm de frequentar, e quando começam a demonstrar sinais de pavor frente ao bicho, tratam logo de dizer que o bicho vai muito bem obrigado, que é a criança que está tendo problemas, um foco cerebral com certeza, neurologista, psicólogo, psicanalistas, e os pais vão, de angústia em angústia ...querendo o melhor para o filho…
Portanto, lutemos por Escolas Asas. Que ensinam a voar! Porque a essência dos pássaros é o voo.
Por uma humanidade melhor!
Ana Jacqueline Braga Mendes